Fascículo 1:  o Triunfo da ação sobre a razão?

 

A ação é que muda o mundo. Suas ideias apresentam uma visão do desafio, mas o que de fato irá alterar a realidade e vencer este desafio são seus atos.

Mas não há verdade absoluta, tudo é relativo, já dizia Einstein, nem sempre agir sem usar a razão e o bom senso leva alguém a algo positivo. Existe sempre um ponto que passa do ponto.

Veja o episódio recente do Everest: centenas de alpinistas com a visão de realizar um feito notável em suas vidas, de superar o desafio da escalada do pico mais alto do planeta. Tomaram a ação de enfrentar um “engarrafamento” no topo da montanha, algo completamente divergente do que se espera quando se faz uma jornada na montanha. Cadê a solidão e a contemplação da montanha? Acredito que todos, ou alguns, devam ter se perguntado: O que estou fazendo aqui?

Virou lugar comum subir o Everest, assim como ser coach, youtuber, personal alguma coisa, influencer, CEO de startup… O Everest parece uma fila da Disney, que vai acabar virando do Mac Donald’s.

A modernidade está repleta de desafios e supostas jornadas evolutivas que perderam o significado, afinal, você pode fazer o Caminho de Santiago “customizado” do tamanho do seu bolso e dos seus pés, literalmente.

Ou seja, dá para dar uma “evoluidazinha” sem estresse, de bike ou de carro, o que vale é a selfie no final, quer seja do Caminho de Santiago ou do Everest. Atualmente, você pode ser ou parecer qualquer coisa, sem jamais ter sido.

A grande jornada da vida não é a que fazemos pelas estradas e montanhas, mas a que percorremos por dentro de nós mesmos. Lá estão os vales desconhecidos, as montanhas intransponíveis, os rios turbulentos e as tempestades que nunca passam. Quando vencemos estes obstáculos, monstros ou desafios, aí sim, evoluímos.

Ação muda o mundo, mas ação sem visão ou razão, muda o mundo para pior.

Pergunte sempre aonde você quer chegar e reflita sobre as consequências de seus atos. É bem melhor um pouco de filosofia, no tranquilo sopé da montanha, ao desespero de constatar, já esgotado no topo da montanha, que todo caminho, sacrifício e risco não tenham significado ou façam algum sentido.

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